O presidente Lula (PT) abriu a reunião com os ministros desta terça-feira (26) no Palácio do Planalto, em Brasília, usando um boné azul com a frase “O Brasil é dos Brasileiros”. O acessório, criado pela Secretaria de Comunicação, faz contraponto direto ao “Maga” de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Durante a reunião ministerial, Lula aproveitou para mandar recados bem diretos contra o tarifaço americano, Trump, a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e a influência das big techs.
Recados de Lula contra Trump e as big techs
Segundo o presidente, Trump voltou a se manifestar contra a regulamentação das gigantes de tecnologia. “Ele publicou de novo ontem às 21h uma nota dizendo que quem mexer nas big techs dele vai ter consequências”, disse Lula.
O petista voltou a criticar a sobretaxa de 50% imposta aos produtos brasileiros e reforçou que a defesa da soberania será central nas ações do governo.

“Nós aceitamos relações cordiais com o mundo inteiro, mas não aceitamos desaforo, ofensas e petulância de ninguém”, acrescentou o presidente, que estava usando um boné escrito “o Brasil é dos brasileiros”.
Ataques a Eduardo Bolsonaro na reunião com os ministros
O presidente também elevou o tom contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, definindo a postura dele como “uma das maiores traições que uma Pátria sofre de filhos seus”.
“O que está acontecendo hoje no Brasil com a família do ex-presidente e com o comportamento do filho dele nos Estados Unidos é possivelmente uma das maiores traições que uma Pátria sofre de filhos seus. Não existe nada que possa ser mais grave que uma família inteira ter um filho custeado pela família”, declarou.

Ele também defendeu a perda do mandato de Eduardo. “Um cidadão que já devia ter sido expulso da Câmara dos Deputados insuflando com mentiras e com hipocrisias um outro Estado contra o Estado Nacional do Brasil. Isso é inexplicável. Nós vamos ter que fazer disso uma frente de batalha no campo da política, não do governo, para que a gente possa fazer com que esse País seja respeitado”, disse Lula, na abertura da reunião com os ministros, em Brasília.
Boné em tom de provocação
No encontro, quase todos os ministros também usaram o boné nacionalista, com exceção de Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também tirou o acessório, justificou com bom humor: “Tirei o boné porque acredito que é dos carecas que elas gostam mais”. Ao final da reunião, ninguém mais usava o boné.
Desde a última reunião com os ministros, realizada em janeiro, o governo enfrentou vários episódios importantes: o tarifaço de Donald Trump contra produtos brasileiros, a crise com o Congresso após a derrubada do decreto sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o escândalo dos descontos ilegais no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).