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Moraes pede extradição do ex-assessor Eduardo Tagliaferro, envolvido na ‘Vaza Toga’

O ministro Alexandre de Moraes pediu a extradição do ex-assessor Eduardo Tagliaferro, acusado de vazar mensagens sigilosas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF (Supremo Tribunal Federal) na polêmica que ficou conhecida como “Vaza Toga”. O perito judicial anunciou que havia se mudado para a Itália em 30 de julho e ameaçou fazer novas revelações sobre a […]

O ministro Alexandre de Moraes pediu a extradição do ex-assessor Eduardo Tagliaferro, acusado de vazar mensagens sigilosas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF (Supremo Tribunal Federal) na polêmica que ficou conhecida como “Vaza Toga”.

O perito judicial anunciou que havia se mudado para a Itália em 30 de julho e ameaçou fazer novas revelações sobre a conduta do ministro: “Destruiu a minha vida e a de várias pessoas. Logo eu estarei mostrando para o Brasil quem é Alexandre de Moraes e os bastidores do seu gabinete”.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou o ex-assessor do TSE na última sexta-feira (22) pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

“O vazamento seletivo de informações protegidas por sigilo funcional e constitucional teve o nítido propósito de tentar colocar em dúvida a legitimidade e a lisura de importantes investigações que seguem em curso no STF, como estratégia para incitar a prática de atos antidemocráticos e tentar desestabilizar as instituições republicanas”, considerou o procurador-geral Paulo Gonet.

O ex-assessor foi indiciado pela Polícia Federal em abril deste ano por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. Moraes pediu a extradição ao Ministério da Justiça em 14 de agosto, que enviou a solicitação ao Itamaraty na última quarta-feira (20).

Quem é Eduardo Tagliaferro, ex-assessor acusado de revelar mensagens da ‘Vaza Toga’

Eduardo Tagliaferro é engenheiro civil e advogado, com mestrado em Inteligência Artificial pela UFV (Universidade Federal de Viçosa). Ele foi nomeado por Alexandre de Moraes, então presidente do TSE, para chefiar a AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) em 2022.

Ele acusou Moraes de utilizar o STF e o TSE como instrumento de perseguição a adversários políticos. “Só entrava no gabinete coisas de direita e nada de esquerda”, alega.

O perito deixou o cargo em 2023, após ser preso por violência doméstica. A companheira de Tagliaferro relatou que ele chegou em casa alterado, fez ameaças, pegou uma arma e disparou um tiro dentro da residência.

O ex-assessor de Moraes no TSE é acusado de violar o sigilo das mensagens reveladas na “Vaza Toga”, escândalo divulgado pelos jornalistas Glenn Greenwald e Fabio Serapião na Folha de S. Paulo em agosto de 2024.

As supostas conversas indicam que Alexandre de Moraes teria usado o TSE como “braço investigativo” para embasar decisões contra investigados no inquérito das fake news no STF.

Segundo a reportagem da Folha, Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, pedia informalmente a Eduardo Tagliaferro relatórios do TSE contra aliados de Jair Bolsonaro (PL) para o inquérito das fake news.

Uma reportagem de Michael Shellenberger, David Ágape e Eli Vieira publicada neste mês é considerada a “Vaza Toga 2”. Os jornalistas denunciam que Moraes teria criado uma “força-tarefa secreta e ilegal” no TSE para vasculhar as redes sociais dos investigados pelos atos de 8 de janeiro com objetivo de justificar as prisões.

As conversas vazadas incluem mensagens de Eduardo Tagliaferro, Airton Vieira e Cristina Kusahara, chefe de gabinete do ministro no STF.

A defesa do ex-assessor disse que recebeu “sem surpresa” a notícia da denúncia da PGR: “Fica clara a perseguição direcionada a quem foi vítima de um telefone indevidamente apreendido e, apenas, confirmou o teor das informações constantes nas mensagens”.

O comunicado ainda afirma que Eduardo Tagliaferro “teme por sua vida” e pretende revelar “informações que, estas sim, merecem ser analisadas com o rigor da lei para a moralização do país”.

FONTE: ND+

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