A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou estar “horrorizada” com a megaoperação realizada pelas forças de segurança do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28), que deixou 64 pessoas mortas e outras feridas.
Escritório de Direitos Humanos da ONU criticou a letalidade da incursão e lembrou às autoridades brasileiras de suas “obrigações” em cumprir as leis internacionais. “Estamos horrorizados com essa operação mortal, que reforça a tendência de consequências letais extremas em comunidades marginalizadas do Brasil”, declarou a entidade por meio de nota.
ONU também determinou que sejam feitas “investigações rápidas e eficazes” em relação à letalidade da megaoperação.
ação nos complexos da Penha e do Alemão também foi repudiada pelo diretor da ONG Human Rights Watch no Brasil, César Muñoz. Ele destacou que “uma operação policial que resulta na morte de mais de 60 moradores e policiais é uma enorme tragédia”.
Megaoperação no Rio teve repercussão na imprensa internacional. Jornais como o britânico The Guardian e o norte-americano The New York Times destacaram o “caos”, a “letalidade” e a “história sangrenta do Rio no combate ao crime organizado”.
Oque MPF e DPU querem de resposta de Cláudio Castro
- Objetivo e justificativa formal da operação, com definição prévia do grau de força empregado;
- Custos da ação e demonstração de que não havia alternativa menos letal para alcançar a mesma finalidade;
- Atuação pericial para identificação de vestígios de crimes;
- Câmeras corporais e câmeras em viaturas em funcionamento.
Relatório detalhado e público sobre tudo que foi feito. O ofício é assinado pelo procurador regional adjunto Julio José Araujo Junior e pelo defensor regional de Direitos Humanos Thales Arcoverde Treiger.
Megaoperação com dezenas de mortos e presos no Rio de Janeiro

Uma grande ação conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Militar transformou a manhã desta terça-feira (28) em um cenário de guerra na zona Norte do Rio de Janeiro. A Operação Contenção, deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha, teve como objetivo frear o avanço territorial do CV (Comando Vermelho) e prender lideranças da facção.
Imagens mostram ruas tomadas por fumaça, sons constantes de disparos e até tiros cruzando o céu. Moradores relataram medo e correria em meio aos confrontos. A polícia confirmou que criminosos chegaram a usar drones para lançar granadas durante a troca de tiros.
Até o momento, de acordo com informações das autoridades, 81 pessoas foram presas e 64 mortes foram registradas. Quatro das vítimas fatais são policiais, sendo dois agentes civis e dois militares. Os policiais também apreenderam um verdadeiro arsenal com os traficantes, com dezenas de fuzis e outras armas potentes.


